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Minerar a Amazônia traz baixo retorno para as comunidades locais


Imagem Stock.

A mineração da Amazônia tem sido um tema quente de debate nos últimos anos, intensificando-se à medida que o presidente brasileiro Jair Bolsonaro busca destravar suas riquezas.

Mas, de acordo com um novo estudo, explorar ouro e diamantes não traz vantagens significativas para os municípios locais.

Nesta semana, ao reforçar seu compromisso com a conservação da Amazônia no Fórum Econômico Mundial, o vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, se reuniu com representantes do setor de mineração para regular as atuais operações ilegais na Amazônia e a exploração mineral em áreas protegidas.

Os efeitos em indicadores como saúde, educação e PIB per capita são breves, deixando de existir entre três e cinco anos, revela o estudo “Qual o real impacto socioeconômico da exploração de ouro e diamantes na Amazônia?”, elaborado por uma equipe interdisciplinar de especialistas liderada por Carlos Manso, pesquisador da Universidade Federal do Ceará e divulgado pelo Instituto Escolhas.

“A exploração mineira tem efeito apenas temporário, pois a atividade não é capaz de alterar indicadores importantes para o município”, disse a gerente do Instituto Escolhas, Larissa Rodrigues, no relatório.

“No ano passado, ultrapassamos 100 toneladas de extração de ouro na Amazônia, levantando quase US $ 5 bilhões. Com quem está essa riqueza? O que resta é um rastro de destruição ambiental e uma população doente e sem educação”, disse Rodrigues.

Os hospitais da cidade brasileira de Manaus - capital do estado do Amazonas - chegaram a um ponto crítico ao tratar pacientes da covid-19 em janeiro, em meio a relatos de grave escassez de oxigênio.

“Ninguém quer uma população pobre, sem educação e doente. Então, por que tanta pressão para abrir terras indígenas ou unidades de conservação? Os resultados mostram que, ao invés de investir em uma atividade que não traz desenvolvimento para as pessoas, devemos investir em novas alternativas de desenvolvimento”, disse Rodrigues.

A Amazônia tem mais de 4.470 minas ilegais, mais da metade delas no Brasil, de acordo com relatório publicado no ano passado pelo grupo sem fins lucrativos Amazon Geo-Referenced Rede de Informações Socioambientais.

Até o momento, apenas 26% do território do país está mapeado para exploração, de acordo com o Serviço Geológico do Brasil. Na Amazônia, o conhecimento geológico é ainda menor.

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