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Como a COVID-19 interfere nos preços dos metais em 2020?


Os preços de metais e minerais do Banco Mundial, nos primeiros três meses de 2020, apresentaram uma queda de 4,7% comparado ao primeiro trimestre de 2019. De acordo com um estudo do Banco, a queda está diretamente associada com a pandemia Covid-19, e as projeções de preços dos metais em 2020 estão indicando uma queda de 13,2%, já que a crise econômica e de saúde ainda apresentam indícios de crescimento. Esta previsão de queda está relacionada, principalmente, a situações políticas instáveis ao redor do mundo e queda na demanda dos produtos a nível mundial.

Alumínio

Os preços do alumínio caíram 3,8% no primeiro trimestre, que foi o sétimo de declínio consecutivo. No final de março, os preços caíram para o nível mais baixo em quatro anos. A pandemia Covid-19 afetou fortemente a indústria do alumínio, devido principalmente ao grande impacto na indústria automotiva. A produção de automóveis caiu mais de 30% no primeiro trimestre de 2020, a maior queda desde a crise financeira global de 2008. As estimativas são de que os preços do alumínio se reduzam 10,8% em 2020.

Cobre

Os preços do cobre caíram 4,5% no primeiro trimestre de 2020, depois de um aumento no quarto trimestre de 2019. Os preços aumentaram em dezembro, em resposta à primeira fase do acordo de comércio entre China e Estados Unidos e a resolução do Brexit. Entretanto, começaram a cair em janeiro de 2020, com o desenvolvimento da pandemia e as crises de saúde e econômica. Minas no Chile e Peru – que são responsáveis por cerca de 40% da oferta global de cobre – ficaram fechadas por 15 dias, obedecendo às determinações de quarentena. As projeções indicam que os preços do cobre devem se manter fracos, cerca de 13,5% mais baixos em 2020.

Minério de Ferro

Diferente dos outros metais, os preços do minério de ferro tiveram ganho de 2,4% no primeiro trimestre de 2020, após um declínio no último trimestre de 2019. O incremento de preços refletiu amplamente as interrupções na oferta relacionadas com as condições do tempo, incluindo ciclones na Austrália e fortes chuvas no Brasil. Mas as previsões indicam que os preços do minério de ferro devem ficar 9.4% mais baixos em 2020, devido à fraca demanda global de aço e recuperação da oferta da Austrália e do Brasil.

Chumbo

Os preços do chumbo declinaram 9,4% no primeiro trimestre, anulando os ganhos do segundo semestre de 2019. A redução da produção de automóveis (cerca de 80% da demanda de chumbo são as baterias automotivas) agravou os efeitos no preço dessa commodity. A China produz mais da metade da oferta global de chumbo e quase metade disso é metal secundário. As previsões de preços para o chumbo indicam uma queda de 14,9% em 2020.

Níquel

Os preços do níquel tiveram a queda mais aguda no primeiro trimestre de 2020, caindo 17,3%, contrastando fortemente com os altos preços do segundo semestre de 2019. A demanda por produtos de aço inox – que responde por cerca de 75% do uso global de níquel – foi fortemente afetada na China (maior consumidor mundial) e Itália (principal consumidor na Europa), devido aos lockdows. Assim, as projeções para o preço do níquel indicam um declínio de 17,3% em 2020.

Estanho

Os preços do estanho tiveram uma queda de 2,6% no primeiro trimestre de 2020, marcando o quarto trimestre consecutivo de queda. O declínio de preços reflete a fraca demanda do setor de solda para eletrônicos, que responde por aproximadamente a metade de todo o consumo mundial de estanho. As estimativas apontam que o preço do estanho deve permanecer fraco, com uma baixa de 15,9% em 2020.

Zinco

Os preços do zinco declinaram 10,9% no trimestre, depois de um pequeno incremento no último trimestre de 2019. No final de março, os preços ficaram abaixo de US$ 1.800/tm, o nível mais baixo em quatro anos. A retomada de produção em minas da China foi postergada, e a produção de zinco refinado nos smelters se reduziu. As previsões para os preços do zinco são de que eles ficarão 25,5% mais baixos em 2020.

Metais Preciosos

Em contraste com os outros metais, o índice de preços dos metais preciosos do Banco Mundial teve um ganho de 5,4% no primeiro trimestre de 2020, liderado pelo ouro.

Os preços do ouro aumentaram pelo sexto trimestre consecutivo – ganhando 6,9% no primeiro trimestre de 2020. Os preços foram influenciados pela maior compra por parte daqueles que buscam salvaguarda no metal, devido à elevada incerteza, e por uma agressiva flexibilização da política monetária dos bancos centrais – as taxas de juros caíram para os níveis historicamente mais baixos e com grande rapidez. A previsão é que os preços do ouro fiquem 14,95% mais altos em 2020.

Os preços da prata, por outro lado, caíram 2,3% no primeiro trimestre, depois de um incremento no segundo semestre de 2019. Em março, os preços caíram a níveis nunca vistos após a crise financeira global. O declínio de preços reflete um maior uso da prata na indústria, que foi severamente impactada pelos fechamentos devido à pandemia. Os preços da prata estão historicamente baixos em relação ao preço do ouro e devem ter uma modesta recuperação, ficando 3,6% mais altos em 2020.

Os preços da platina declinaram 0,6% no primeiro trimestre. Com trajetória similar à da prata, a platina teve uma queda de preços superior a 20% em março – chegando ao nível mais baixo em 17 anos – já que a demanda por automóveis despencou (a platina é usada nos conversores catalíticos dos motores de carros, para reduzir as emissões perigosas). A previsão é que os preços da platina fiquem em níveis 8,8% mais altos em 2020.


O Banco Mundial ressalva que essas previsões estão sujeitas a fatores econômicos jamais vistos, com fechamento de negócios e crises de saúde. As quarentenas afetaram severamente as cadeias de suprimento e forçaram os trabalhadores a permanecer em casa. Para obtermos um patamar melhor nos preços das commodities e um cenário mais animador será necessário uma retomada econômica mais forte e rápida.

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