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As mineradoras precisam de mais engenheiros para atender ao novo padrão de segurança de barragens de


Barragem de Brumadinho que rompeu em janeiro de 2019. (Imagem do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).


As empresas de mineração precisam de engenheiros mais qualificados se quiserem atender aos novos padrões globais de segurança para barragens de rejeitos, que visam prevenir falhas catastróficas como as dos últimos anos que mataram centenas de pessoas e inundaram as comunidades próximas com resíduos de minas.

“A maioria das empresas está percebendo que existe uma lacuna de qualificação, porque você tem funcionários seniores saindo e não há um número suficiente de jovens”, disse a professora de engenharia de mineração Priscilla Nelson, que está criando um novo programa de rejeitos na Escola de Minas do Colorado.

Especialistas disseram que os mineiros não deram tanta importância ao gerenciamento de rejeitos, com pouco prestígio atribuído ao trabalho nada glamoroso de caminhar até barragens de resíduos de mina remotas, onde engenheiros analisam a consistência da lama e verificam a integridade da estrutura.

No Brasil, mais de 250 pessoas morreram em 2019, quando a barragem de rejeitos de Brumadinho da Vale se rompeu, inundando a comunidade próxima com resíduos de mina. O desastre gerou um esforço de um ano por parte de uma indústria, um investidor e a ONU, que lançou o padrão global de rejeitos.

Em junho, a Reuters relatou exclusivamente detalhes da norma, que o Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM) afirma que seus membros irão aderir dentro de três a cinco anos, dependendo da classificação de risco das barragens de rejeitos. O padrão não é obrigatório, mas o grupo espera que as mineradoras o sigam.

O CEO do ICMM, Tom Butler, disse que os membros “consistentemente em desacordo” com o novo padrão podem ser expulsos da organização. “Queremos que todas as empresas que possuem instalações de rejeitos adotem o padrão”, disse ele.

Bruno Oberle, presidente do painel de revisão de rejeitos, disse que a norma não se aplica a barragens de rejeitos abandonadas sem proprietário.

Levantando o jogo

As barragens de rejeitos, algumas das quais com dezenas de metros de altura e se estendendo por vários quilômetros, são o método de eliminação de resíduos mais comum para mineradoras.

A indústria terá dificuldades para implementar as novas regras de segurança sem novos treinamentos e investigação da gestão de rejeitos e cursos acadêmicos para alimentar um canal cada vez menor de novos talentos.

Uma submissão publicada com a norma disse que o profundo conhecimento técnico está concentrado entre um grupo “relativamente pequeno” de especialistas em rejeitos globalmente. Depois disso, há uma “queda rápida” de especialização entre a administração e outros atores importantes, como os reguladores.

“Há uma falta de recursos dentro da indústria de mineração para gerenciar rejeitos”, disse John Howchin, secretário-geral do Conselho de Ética dos Fundos de Pensões Nacionais Suecos, que ajudou a criar o padrão.

Brumadinho mostrou como uma falha de rejeito pode ser devastadora. Promotores estaduais brasileiros acusaram o ex-CEO da Vale de homicídio pelo desastre.

“Quaisquer outras falhas - não importa de quem seja a mina - afetarão toda a indústria. Todo mundo tem que melhorar seu jogo”, disse Andy Fourie, diretor de um novo programa de treinamento em gestão de rejeitos da Universidade da Austrália Ocidental.

A BHP e a Rio Tinto contribuíram cada uma com 2 milhões de dólares australianos para o programa, que oferecerá treinamento gratuito para seus funcionários e, por uma taxa, para outras empresas de mineração.

A Rio Tinto disse que o novo padrão global provavelmente aumentará a demanda por experiência em rejeitos em toda a indústria e disse que “priorizaria nossos recursos para as instalações com as classificações de consequência mais altas”.

Mais de um terço das barragens de rejeitos do mundo estão sob alto risco de causar danos catastróficos às comunidades próximas caso rompa. A ONG ambiental Earthworks disse que a norma não fornece salvaguardas suficientes para as comunidades porque não inclui uma distância mínima recomendada entre as barragens e as comunidades vizinhas.

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